quarta-feira, 15 de setembro de 2010

“Como Salvar meu Casamento”, “Drácula – Uma História de Amor” e "Maria Nazaré", a última novela da Tupi

"Maria Nazaré", a última novela da Tupi
Com a falência da Rede Tupi, em 1980, duas novelas saíram do ar:
“Como Salvar meu Casamento”, faltando apenas 20 capítulos para o desfecho, e “Drácula – Uma História de Amor”, após somente quatro capítulo exibidos. Mas o que pouca gente sabe é que existia
Quando a Rede Tupi saiu do ar, no dia 14 de julho de 1980, já não existia programação. 


Em fevereiro do mesmo ano, o departamento de teledramaturgia foi extinto, fazendo com que as novelas “Como Salvar meu Casamento”, com Nicete Bruno e Adriano Reys, e “Drácula”, com Rubens de Falco, Carlos Alberto Ricelii e Bruna Lombardi, saíssem do ar inacabadas. A primeira, que alcançava boa audiência, deixou a telinha faltando apenas 20 capítulos para terminar, enquanto a segunda havia acabado de estrear, sendo que quatro capítulos foram exibidos.

Imagens da última novela produzida pela TV Tupi em 1980, bem perto da falência, sendo que dez capitulos foras escritos e apenas quatro foram gravados. Nesses trechos aparecem Rubens de Falco, Cleyde Yaconis, Marcos Plonka, Bruna Lombardi, Isabel Ribeiro e Carlos Alberto Ricelli.

O que pouca gente sabe é que existe uma terceira novela prejudicada pela falência da Rede Tupi. O dramaturgo Teixeira Filho, autor de sucessos como “Ídolo de Pano”, “A Pequena Órfã” e “Ciranda de Pedra”, ao lado do filho, Cleston Teixeira, escrevia, desde 1979, a novela “Maria Nazaré” para a emissora.

Um grande trabalho de pesquisa para a produção da novela foi realizado por Cleston no Nordeste. Além disso, foi construída uma cidade cenográfica em Itu (SP), com a gravação de algumas cenas. A história nunca chegou a ser utilizada em trama qualquer.
A personagem principal de “Maria Nazaré”, como contou Cleston em entrevista exclusiva à Revista TH seria uma mistura de Maria Bonita com Joana D’arc. “Era a história da moça da cidade que vai para o campo em busca de um caminho espiritual e encontra no amor por um líder de um grupo cangaceiro o caminho para exercer com as próprias mãos a justiça divina”. O cangaceiro seria uma mistura de Lampião, Jerônimo e Antônio Conselheiro, o líder espiritual de Canudos.


Reportagem de uma edição da Contigo de 1980 sobre a novela Maria Nazaré (Reprodução)
A idéia de Teixeira Filho era envolver a família e os que conheciam Maria Nazaré na sua cidade de origem – que seria Salvador (BA) ou Recife (PE) – na trama sócio-econômica-militar em que a novela desembocaria. “A proposta era criar uma espécie de fase epílogo da novela, mostrando que o cangaceiro, na verdade, não morre como o final da batalha deixa transparecer. O casal reapareceria ligado a atividades sociais, com ou sem participação política, segundo as possibilidades da época”, completa Cleston.

A trama seria longa, com previsão de 270 capítulos. Segundo Cleston, o cangaceiro seria
Carlos Augusto Strazzer, uma das estrelas da casa, e Maria de Nazaré seria Eva Wilma, principal artista da emissora na época.

A direção de arte da novela também já estava definida, ficaria a cargo de Cyro del Nero, enquanto a direção geral seria de Carlos Zara.
Além do trabalho de co-autoria da trama ao lado do pai, Cleston passou boa parte de 1979 viajando pelo Nordeste para pesquisar o tema. “Fui à Bahia, rodei Pernambuco, Ceará, Paraíba, Sergipe e Alagoas rodando com uma Brasília da TV Tupi do Recife, ao lado de um repórter cinematográfico 16 mm e um motorista. Entrevistei cangaceiros, filhos e filhas dele, pesquisadores, tirei centenas de fotos, visite os museus sobre o tema que tinham objetos reais e material criado para os filmes que retratavam o cangaço, entre outras coisas. Tudo isso se transformou num grande relatório que entreguei para o Cyro del Nero. Infelizmente, fiquei sabendo depois que todo esse material foi queimado por uma das administrações que tentaram salvar a Tupi”, relata Cleston.


 aqui Um dos cenários de "Maria Nazaré"
Para gravação da novela, foi construída uma cidade cenográfica em Itu, reproduzindo o material fotográfico que Cleston havia trazido do Nordeste. “Também começou a preparação de atores com o trabalho de linguagem, sotaque e palavreado do cangaço. Foram produzidas as peças-modelo do figurino para reprodução em grande número, ou seja, aumentaram as dívidas da Tupi, pois tudo ficou no crédito. Era assim que se faziam as produções na emissora”, conta.
Entre as cenas gravadas durante uma semana estava a invasão da cidade pelo grupo de cangaceiros. “O material gravado seria usado para gerar imagens que a emissora usaria na abertura e divulgação da novela”, comenta Cleston.
Mas será que a novela ajudaria a aliviar a crise da Tupi, que estava em fase terminal? Cleston afirma que o problema não era Ibope. “O problema da Tupi não era a falta de índices de audiência. Era um segundo lugar tranqüilo, com 20 a 30 pontos sem susto no horário entre 18 e 20 horas. O problema era gerenciamento mesmo. As retiradas dos membros do Condomínio caiam como verdadeiros tsunamis, arrastando tudo o que havia”, explica.
“Maria Nazaré” foi embora junto com a Rede Tupi, mas fica o registro daquela que seria a 113ª produção da emissora desde 1964, quando estreou “Alma Cigana”, a primeira novela regular da pioneira da televisão brasileira. Fica também a saudade da Rede Tupi.

fonte: Revista TH
http://www.telehistoria.com.br/
Imagens da novela Como Salvar meu Casamento, exibida pela extinta TV Tupi de 26 de junho de 1979 a 22 de fevereiro de 1980. Nas cenas, aparecem Lizette Negreiros, Patrícia Mayo, Nicete Bruno, Wanda Stefânia, Paulo Guarnieri, Caçulinha, Nair Belo, Edgar Franco e o apresentador Raul Gil. A narração é de João Acaiabe. Extraído do excelente documentário A Negação do Brasil e exibido pelo Canal Brasil, cuja gravação é de 8 de abril de 2005.



Um comentário:

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