
De volta em breve na TV, onde vai protagonizar um dos episódios da série "As cariocas", prevista para ir ao ar em outubro, Sonia Braga disse na noite da última terça-feira que os convites para atuar em novelas no Brasil estão cada vez mais escassos. A atriz falou ao público, ao lado de Nathalia Timberg, no ciclo A História da Telenovela, no Centro Cultural Banco do Brasil.
- Dizem que é complicado me achar, mas sempre me localizam quando precisam de depoimentos para livros e afins. Por que não me encontram na hora de um convite para um bom papel? - reclamou Sonia, cuja última participação em folhetins nacionais foi em "Páginas da vida".
A atriz disse que, no momento, está desempregada. No entanto, fez questão de reiterar que a atual condição não tem a ver com a fama de difícil.
- Estou bem disposta a atuar. Mandei vários e-mails para Gilberto Braga, mas ele não tinha papéis para mim em suas novelas. Silvio de Abreu foi para Nova York e conversamos bastante, mas não pude aceitar fazer sua trama por uma questão financeira. Como vou trabalhar com um salário menor do que ganhava há dez anos? - comentou ela, que em novembro estará nos cinemas em "Lope", do diretor Andrucha Waddington.
Com o status de estrela conquistado em "Gabriela" (1975), Sonia enfileirou participações em novelas, mas nem todas foram da maneira que ela gostaria. Como "Chega mais" (1980).
- É muito difícil para um ator saber que não está agradando seu público. E parece que todos os problemas eram por causa do meu cabelo. Então fui cortando, cortando... - relembra.

A atriz, que se empolgou com diversos momentos de seu percurso mostrados em vídeo, também se emocionou ao encontrar Nathalia, com quem contracenou em tramas como "Força de um desejo" (2000).
- Uma grande atriz - desmanchou-se Sonia.
No palco, a veterana - são 60 anos de carreira - lembrou sua trajetória em histórias marcantes como "O direito de nascer", exibida pela TV Tupi e pela TV Rio em 1964.
-- Fazia uma freira e, certo dia, enquanto passava por Copacabana, uma mulher pediu que eu benzesse seu terço. Achei de tremendo mau gosto e acabei dando um sermão nela - divertiu-se Nathalia, que voltará às telas em "Insensato coração", de Gilberto Braga, prevista para estrear em janeiro.
Elas começaram vinculadas ao teatro, alcançaram projeção nacional impressionante e hoje são exportadas e desenvolvidas de acordo com as oscilações da audiência. As novelas de televisão, uma das maiores especialidades brasileiras, despontam como o foco do evento A História da Telenovela, série de nove encontros mensais que às 18h30, no Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), com entrada franca.
Na abertura, Regina Duarte conversa com o público sobre a sua trajetória na TV, desde a primeira novela (A Deusa Vencida, de Ivani Ribeiro, na extinta TV Excelsior), sempre como protagonista.

Também vão ajudar a contar a história dos 60 anos de TV no Brasil, Nathalia Timberg, Eva Wilma, Laura Cardoso, Ana Rosa, Nicette Bruno, Paulo Goulart eSilvio de Abreu.


Idealizador do evento, o produtor Hermes Frederico evoca as novelas mais marcantes ao longo das décadas, como 25499 Ocupado, O Direito de Nascer, Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Roque Santeiro e Vale Tudo, tanto pelo pioneirismo quanto pela consolidação da audiência. Hermes tinha 5 anos quando assistiu a 25499 Ocupado, primeira novela diária da TV brasileira, comTarcísio Meira e Glória Menezes.
– Na minha infância, na década de 60, os capítulos duravam meia hora, e pude assistir a O direito de nascer, assim como a várias novelas da Excelsior e da Tupi, além dos primeiros sucessos da Globo, como Um rosto de mulher e O sheik de Agadir – recorda.
Origem no teleteatro
A televisão começou diretamente vinculada ao teatro. Basta lembrar os teleteatros, que proporcionavam ao telespectador contato com peças inteiras, gravadas ao vivo.
– Todas as emissoras tinham os seus teleteatros, com as peças ao vivo e depois em videotape, com boa audiência. As novelas foram ocupando esse espaço – analisa Hermes. – Nos anos 60 e 70, a televisão reuniu nas novelas grandes autores e atores de teatro.

Sônia Braga dança com Paulete na saudosa Dancing Days de Gilberto Braga, uma das novelas de maior audiência da TV …
Pioneira na televisão, Eva Wilma firmou parcerias artísticas importantes com os maridos, John Herbert (Alô, Alô Doçura) e Carlos Zara, e com autores como Cassiano Gabus Mendes.
Eva Wilma é uma das atrizes que vão abrilhantar o evento do CCBB
– Cassiano foi meu mestre na televisão. Tão importante quanto José Renato e Antunes Filho foram para mim no teatro – confirma a atriz.
O grande salto qualitativo de Eva Wilma veio com a oportunidade de interpretar as gêmeas Ruth e Rachel em Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro, outra autora determinante na sua carreira:
– Fiz heroína e vilã, ao mesmo tempo, numa época em que a televisão era mais artesanal. Passei por um período intenso de ensaios. E me dei conta de que os vilões são interessantes porque repletos de conflitos. Procuro mostrar o lado humano deles, com humor e uma alegria suicida.

Regina Duarte e a inesquecível Dina Sfat em Selva de Pedra, clássico de Janete Clair
A composição da megera de A Indomada, de Aguinaldo Silva, contrastou com a sobriedade da personagem do seriado Mulher. A atriz traz à tona uma série de trabalhos marcantes, como O meu pé de laranja lima, adaptação de Ivani Ribeiro para o romance de José Mauro de Vasconcelos.
– Propunha marcações para a personagem. Lembro que antigamente a televisão não era simultânea – compara a atriz. – Então, a novela tinha terminado em São Paulo, mas não em Minas Gerais. Fomos até lá fazer um grande capítulo ao vivo. Quando saí do avião, uma multidão gritava o nome da personagem.

Em A Viagem, a atriz entrou em contato com o mundo espiritual.
– Tivemos uma palestra interessantíssima com Chico Xavier, antes do início das gravações – lembra Eva.
Eva Wilma abordou ainda o período da ditadura militar em Roda de Fogo, de Lauro Cesar Muniz, através da torturada Maura.
– Foi uma oportunidade de falar sobre o que a nossa geração passou – sublinha a atriz, que se prepara agora para as gravações de Araguaia, próxima novela das 18h, de Walter Negrão.
Na nova novela das seis teremos os grandes atores Murilo Rosa e Milena Toscano fazendo os personagens principais, os vilões serão incrivelmente dois ótimos atores Lima Duarte e Cléo Pires, os outros nomes que estão confirmados para o novo sucesso da rede Globo são Edson Celulari, Regina Duarte, Julia Lemmertz, Eva Wilma, Emilio Orciollo e Thiago Fragoso, você não pode deixar de conferir a nova novela das seis, pois ela promete ser muito boa.“Araguaia’’, que promete ser um verdadeiro sucesso na telinha da rede globo e já foram confirmados novos nomes para a novela um desses nomes é Tânia Alves a atriz não atuou mais na rede globo desde 2007 quando participou de Amazônia, na nova novela Tânia fará o papel de Pérola, ela é casada com rapaz negro, durante o casamento tiveram duas filhas Safira(Cinira Leal) e Ametista(Nanda Lisboa).
Com história acumulada na televisão, Nicette Bruno fez teleteatro, passou por emissoras como a Tupi, a Rio e a Continental até desembarcar na Globo, no seriado Obrigado, Doutor.
Reginaldo Faria e Luís Gustavo na primeira versão de Ti Ti Ti, de 1985
– Antigamente, a TV era um bico para os atores. Até que o hábito de ver novelas começou a deslanchar – destaca Nicette, que pode ser vista atualmente no remake de Ti-Ti-Ti, de Maria Adelaide Amaral.
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