
(Aracy Balabanian, como Gemma, em Passione).
Aracy Balabanian é um dos grandes destaques da novela “Passione” como a italiana Gemma Matoli. Ela é a grande protetora da família dos Matoli, principalmente de seu irmão de criação Totó (Tony Ramos). Gemma luta com unhas e dentes por sua família, por isso é um dos personagens centrais da trama de Sílvio de Abreu.
Gemma nada mais é do que o somatório de todos os personagens da atriz na TV, onde ela começou em 1964, na TV Record, de São Paulo. Depois fez alguns trabalhos na TV Tupi e na TV Excelsior.

(Aracy, Juca de Oliveira e Bibi Vogel, em Nino, o Italianinho).


Porém, eu comecei a assistir aos trabalhos da atriz quando ela viveu Heloísa a jovem que acabou se apaixonando pelo português Antonio Maria (TV Tupi), na trama “Antonio Maria”, de Geraldo Vietri; em seguida numa novela do mesmo autor, ela viveu Bianca, uma moça que por causa de sua deficiência física, não declarava seu amor ao italiano Nino (Juca de Oliveira), em “Nino, o italianinho” (Tupi); também de Vietri, ela fez em seguida a intransigente Isabel, que acabou se envolvendo com o operário Fábio (Juca de Oliveira).
(O elenco de Antonio Maria).



(Flávio Migliaccio, Paulo José e Aracy, em O Primeiro Amor).
(Leonardo Villar e Aracy, em O Primeiro Amor).

Porém, em 1972, ela foi contratada pela TV Globo, para viver a psicologa Giovana na trama “O primeiro amor”, em que iria contracenar outra vez e também pela última vez com Sérgio Cardoso. Foi um susto, pois para viver esse personagem a atriz apareceu de cabelos curtos e usando óculos. Talvez tenha sido a fórmula que ela encontrou para diferenciar esse personagem dos muitos que já havia feito na Tupi. Começava, para ela, um novo ciclo na carreira.
Vamos conhecer um pouquinho mais da carreira e da vida desta grande atriz.
Aracy Balabanian, filha de Rafael e Esther Balabanian, um casal armênio, refugiado de guerra, que não sabendo o idioma, montaram uma loja de calçados em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde nasceu Aracy, em 22 de fevereiro de 1940.
Aos doze anos a menina Aracy viu, pela primeira vez um espetáculo teatral, com a atriz Maria Della Costa. E, já no primeiro impacto, ela viu que aquilo era o que queria fazer para o resto de sua vida. Assim fez Faculdade de Filosofia, cadeira de Ciências Sociais, e ao mesmo tempo entrou na Escola de Arte Dramática. Mas acabou abandonando, no 3º ano, o curso de Ciências Sociais, mas terminou Arte Dramática com louvor.
Estava com 22 anos e com 23 entrou no Teatro Brasileiro de Comédia, com a peça “Ossos do Barão”, de Jorge Amado. Já havia feito “Macbeth”, onde fazia a personagem “Lady Machbeth”.
E aí Aracy Balabanian foi para a TV Tupi, de São Paulo, após alguns trabalhos, acabou fazendo, como já disse, a novela “Antonio Maria”, cujo astro principal era Sérgio Cardoso, de quem o pai de Aracy era admirador. Isso facilitou a vida da jovem atriz, pois o pai passou a ser seu fá. Concomitantemente no teatro e na televisão, atuava Aracy. Depois de “Ossos do Barão” fez várias outras peças. Na televisão várias novelas, dentre elas: “O amor tem cara de mulher”.

Foi quando a TV Globo chamou Aracy para realizar um trabalho em “Vila Sésamo”, no papel de Gabriela. Era uma produção em conjunto com a TV Cultura. Essa foi uma experiência maravilhosa que durou dois anos.
Só depois disso é que Aracy Balabanian se mudou para o Rio de Janeiro, e aí continuou sua carreira de sucesso, na TV Globo. Estreando, como já mencionei, em “O Primeiro Amor”.
Só depois disso é que Aracy Balabanian se mudou para o Rio de Janeiro, e aí continuou sua carreira de sucesso, na TV Globo. Estreando, como já mencionei, em “O Primeiro Amor”.

(Aracy e Jardel Filho, em Coração Alado).

Mas se tornou uma das maiores intérpretes do meio e criou personagens inesquecíveis como a Cristina de “Bravo!”, de Janete Clair e Gilberto Braga; a idealista Violeta de “O Casarão” (1976), de Lauro César Muniz; a sofrida Maria Faz-Favor de “Coração Alado” (1980/81), de Janete Clair; a ardilosa Marta de Ti Ti Ti (1985/86) e a misteriosa Maria Fromet de “Que Rei Sou Eu?” (1989), ambas de Cassiano Gabus Mendes; a excêntrica Dona Armênia das novelas “Rainha da Sucata” (1990) e “Deus nos Acuda” (1992/93), ambas de Sílvio de Abreu. Foi nessa novela que Aracy voltou às origens genéticas, fez dona Armênia, mãe de três filhões, que ela chamava de “minhas filhinhas”. Aí criou o bordão “Na chon, na chon”. O povo todo repetia essa frase, quando uma coisa não dava certo. O autor da novela, Silvo de Abreu, adorou a personagem.


(Aracy, como Dona Armênia, em Rainha da Sucata).
Depois, fez aquela que talvez seja a sua mais marcante, fria e autoritária das suas personagens a matriarca Filomena Ferreto de “A Próxima Vítima” (1995), também de Sílvio de Abreu.
E aí aconteceu o “Sai de baixo”. Realizado ao vivo e com público, esse seriado foi um tremendo sucesso nacional, que ficou muitos anos em cartaz. Cerca de sete anos.

Aracy passou alguns transtornos na vida, mas nunca largou aquilo que mais valoriza: a amizade. E ela é cheia de amigos. É madrinha de filhos de colegas, mas nunca se casou e não tem filhos. Mas conserva uma maneira simples de ser e jamais começou um trabalho, sem se lembrar do compromisso que tem com seu público. É uma grande atriz e uma grande mulher, a Aracy Balabanian.
Do blog Nostalgia de O globo
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