sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Minha Doce Namorada"

Minha Doce Namorada

(Cláudio Marzo e Regina Duarte).

Eu quero assistir novelas que tenham histórias românticas, muito humor, suspense e, de preferência, um final feliz.

Pensando nesse assunto, me lembrei de Vicente Sesso. Ele é um dos grandes novelistas brasileiros. "Pigmalião 70", "Uma Rosa com Amor", "Minha Doce Namorada", "Cara a Cara", "Sangue do Meu Sangue" e "Tereza Batista" são algumas das 38 novelas escritas por ele ao longo de sua carreira que se confunde com a própria história da TV no Brasil.

Em 1971, depois do sucesso de "Véu de Noiva" e "Irmãos Coragem", os atores Regina Duarte e Cláudio Marzo voltaram a formar um par romântico em "Minha Doce Namorada", trama de Sesso, exibida pela Rede Globo, às 19h. Na direção dos 242 capítulos estiveram Fernando Torres e Régis Cardoso.

Essa história foi um grande sucesso e consagrou Regina Duarte como a eterna "Namoradinha do Brasil". Ela se transformou na irmãzinha que todos sonhavam, na moça que todos os pais desejavam para seus filhos, pois seu carisma sempre foi inquestionável.

A história de "Minha Doce Namorada" contava a trajetória da carismática Patrícia (Regina), uma menina que vivia num parque de diversões ambulante e que, por conta do destino, foi parar em Ouro Preto, onde ela acabou conhecendo e se apaixonando por Renato Toledo (Cláudio Marzo), moço rico e estudante de uma faculdade local. O namoro era incentivado pelo empresário Seu Pepe (Sadi Cabral), tio avô de Renato, e por Tia Miquita (Célia Biar), que vendia maçãs do amor no Parque, o casal que acabou dividindo com a dupla principal a preferência do público das 19h.

(Mário Lago e Marcos Paulo Sesso)

Mas o namoro de Patrícia e Renato era condenado por Verinha (Maria Cláudia), noiva de Renato, e pelo Dr. César Leão (Mário Lago), os dois vilões da trama. Que lutavam pela posse de uma fábrica, que acabou influenciando a vida de todos os personagens da história.

Sem falar na megera, mãe de Renato, Madame Sarita Leão, numa interpretação inesquecível da atriz Vanda Lacerda, personagem que fez de tudo para separar o casal de pombinhos.

Com eles estavam Tia Dedé (Elza Gomes), que era viciada em suco de tomate, também responsável por um dos momentos mais inesquecíveis e engraçados da história.

Curiosidades:

Segundo o site teledramaturgia: Vicente Sesso teve que preparar a novela às pressas. A atração que cumpriria o horário das 19h se tornou inviável e a emissora precisava de um novo texto. Então, ele apresentou um script completo, mal escrevera os primeiros capítulos e já começaram as gravações. Assim, em menos de 20 dias, estava esboçada a trama da doce namorada.

- Enquanto os atores Regina e Cláudio, que gravavam "Irmãos Coragem" e, antes da novela acabar, tiveram que sair do elenco para começar as gravações da nova trama das sete.

- O Dr. César Leão (Mario Lago) tinha uma filha ilegítima, Maura (Dorinha Duval). Verinha (Maria Claudia) era a noiva de Renato e, no último capítulo, foi abandonada no altar pelo noivo, antes de Fernanda (Dina Sfat) em “Selva de Pedra”, algum tempo depois. O abandono de Verinha foi engraçado, ela perguntava pra amiga Kátia (Patrícia Bueno) e para a Tia Dedé (Elza Gomes): "e agora? O que é que eu faço?" - E elas respondiam: "Ah, só tem um jeito, finge que desmaia! E Verinha (que era uma das bandidas da história) fingiu que desmaiou para se livrar do vexame.

Enquanto Madame Sarita (Vanda Lacerda), outra bandidona, ofereceu um jantar na sua casa para Patrícia. mas com a intenção de humilhar a convidada, era um jantar com vários talheres, cheio de cerimônia que ela sabia que Patrícia, por ser humilde, não iria saber como se virar. Teve um personagem que salvou a situação, mas na mesa alguém percebeu a má intenção da anfitriã e, para ajudar Patrícia, começou a comer o frango com as mãos mesmo dizendo que era besteira tanta frescura. Todos os outros convidados, inclusive a aliviada Patrícia, seguiram seu exemplo. Neste jantar Sarita também repreende o mordomo em francês e Patrícia se dirige ao mordomo em francês o desculpando pela falha.

Uma das cenas mais marcantes da novela foi quando Madame Jordão (Yara Cortês) morreu e deixou sua fortuna para a "filha" Patrícia (Regina Duarte) para desespero da família da magnata. Porém Patrícia rejeitou a fortuna, retirou uma quadro da parede com a foto de Madame Jordão, tirou a foto do quadro e disse que aquela seria a única lembrança que queria da mãe e já era grata por ter lhe dado um sobrenome.

Para quem se lembra da novela, a trama girava em torno do fato de Patrícia não ter um sobrenome.

- Sesso também encontrou outra dificuldade: a trama se passava em Ouro Preto, mas devido aos custos, a Globo só poderia gravar alguns capítulos no local. Era preciso fazer com que os personagens se mudassem para o Rio de Janeiro. O autor chegou a pensar em um circo, mas acabou optando por um parque de diversões que oportunamente iria de Ouro Preto para o Rio. As principais cenas foram gravadas num parque de diversões à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, o inesquecível "Tívoli Park".

No livro "Antes que me Esqueçam", o autor Daniel Filho, relembra: "Para dirigir a novela foi chamado o Fernando Torres, porque achamos que com um ator-diretor conseguiríamos um melhor resultado de interpretação. (...) As primeiras cenas seriam gravadas em Ouro Preto, onde filmaríamos a tradicional procissão da Semana Santa. Propus ao Fernando Torres que, quando a procissão passasse, colocássemos a Regina e o Cláudio no meio do povo, menos a câmera. (...) Fernando Torres estava nervoso, e tanto empurrou a Regina para o meio da procissão que ela acabou nas costas do padre. O padre quando percebeu o que estava acontecendo, parou a procissão e deu a maior bronca. Cláudio Marzo saiu de fininho e nós viramos a câmera para o outro lado, deixando a pobre namoradinha ouvindo cobras e lagartos do padre de Ouro Preto, que, aliás, era conhecidíssimo por seus sermões inflamados...".

No elenco estavam, entre outros, atores Suzana Vieira (Nelita Leão), Herivelto Martins Jr., Roberto Pirilo, Renata Fronzi, Daniel Filho, Nora Fontes, Sérgio Mansur, Yara Côrtes, Ênio Carvalho e Suzana Gonçalves.











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