Ciranda de Pedra - Eva Wilma
A atriz Eva Wilma, em 1980, assinou contrato com a Rede Globo – no mesmo ano em que a Rede Tupi de Televisão encerrou suas atividades -, estreando na comédia “Plumas e paetês”. Depois passou à tragédia urbana em “Ciranda de pedra”, em que vivia uma vítima da sociedade, considerada louca. Outro show de interpretação. Quanto aos boatos de que ela não faria mais novelas, a atriz já desmentiu taxativamente.— No que depender de mim, claro, faço novelas, mas preciso me apaixonar pelo papel. Além disso, a Globo foi extremamente gentil comigo, emissora em que sempre fui muito bem tratada. Tenho com ela contrato de exclusividade até 2016. To voltando, começando pelo picadeiro (teatro) e espero voltar o quanto antes com meu trabalho à TV — declara Eva Wilma.Agora, a Rede Globo programou um remake de “Ciranda de Pedra”, para 2008. O elenco ainda não está definido, mas sabemos que teremos um bom texto pela frente.
Na versão anterior, exibida em 1981, o escritor Teixeira Filho, baseado no romance homônimo de Lygia Fagundes Telles, fez um belo e inesquecível trabalho, sob a direção de Herval Rossano.A história girava em torno do casal formado pelo Dr. Prado (Adriano Reys) e sua mulher Laura (Eva Wilma) que fizeram um casamento de desajuste.
Na versão anterior, exibida em 1981, o escritor Teixeira Filho, baseado no romance homônimo de Lygia Fagundes Telles, fez um belo e inesquecível trabalho, sob a direção de Herval Rossano.A história girava em torno do casal formado pelo Dr. Prado (Adriano Reys) e sua mulher Laura (Eva Wilma) que fizeram um casamento de desajuste.
É que ela tinha idéias modernas e dedica-se às artes, já o Doutor era um famoso jurista de comportamento tradicional.Portanto, Laura vivia oprimida pelo marido, sofria um grande trauma e chegou a ser internada como louca pelo seu próprio marido. Era dramalhão mesmo. Eva Wilma desenvolveu um sensível trabalho de interpretação ao viver a atormentada Laura. Para os cariocas, foi um presente ter a atriz nas nossas novelas. Muita gente só a conhecia do teatro e de algumas novelas que fez na Tupi, que não foram poucas. Afinal, ela foi a grande estrela das novelas da emissora paulista e só deixou as Associadas, como já dissemos, quando as portas foram lacradas.Enfim, o casal acabou se separando e a família acabou dividida: Prado ficou com as duas filhas mais velhas, Otávia (Priscila Camargo) e Bruna (Silvia Salgado), e Laura ficou com a filha caçula, Virgínia (Lucélia Santos).Para completar o drama da família: Laura, doente e com problemas econômicos, foi morar com seu médico neurologista, o Dr. Daniel (Armando Bógus), que acompanha seu caso já há alguns anos. Na verdade, ele era apaixonado por Laura e acredita que a doença de dela não era mental, mas sim física, e se empenha em sua recuperação.
Ela, por sua vez, escondia um segredo de todos: Virgínia na realidade era filha de Daniel.
Tanto o médico quando Dr. Prado desconfiavam disso, o que fez com que Daniel tivesse um carinho especial pela menina, e com que o Dr. Prado a trate-se com certa indiferença.Anos mais tarde, Virgínia, já uma moça, vai morar na mansão de Prado ao lado das irmãs e da áspera governanta Frau Herta (Norma Blum enfrentando todo tipo de hostilidade familiar e uma série de dificuldades para se adaptar. Para confortá-la, Virgínia teve o carinho de Luís Carlos (Roberto Pirillo), seu vizinho e namorado de infância.Mas o rapaz passou a disputá-la com Eduardo (Marcelo Picchi) - amigo de Virgínia na Vila Mariana, onde ela morava - completamente apaixonado por ela.
Essa novela foi sem sombra de dúvida, uma das melhores adaptações do horário das 18h, que inclusive conseguiu discutir temas difíceis, como: separação de casais, adultério, homossexualismo (ainda que nas entrelinhas).
Um primoroso trabalho de Teixeira que contava com excepcional produção - brilhante reconstituição da São Paulo dos anos 40.
Lucélia Santos mais uma vez repetia um bom trabalho. Adriano Reys esteve num papel sob medida para ele.
Porém, verdade seja dita, o grande destaque desta versão ficou mesmo com a atriz Norma Blum em um dos seus melhores momento na televisão, vivendo a intransigente governanta Frau Herta.
No elenco, também estavam: Neuza Amaral, Djenane Machado, Henriqueta Brieba, Manfreto Colassanti, Arthur Costa Filho, Edson Celulari, Paulo Ramos, Fábio Junqueira, Maria Helena Dias, José Augusto Branco, Ana Lúcia Torres, e Lupe Gigliotte, entre outros.Não podemos deixar de mencionar as participações especiais de
Fernando José, Lourdes Mayer e Ivan Mesquita.Abertura da novela em 1981
Novela bem produzida do horário das seis, da época em que as mocinhas eram atrizes como Lucélia Santos, Sílvia Salgado e Priscila Camargo, além das sensíveis interpretações de Norma Blum, como Frau Herta, e de Eva Wilma como Laura. Não era de se surpreender que a segunda versão fosse um fiasco. Ana Paula Arósio não conseguiu fazer de Laura uma personagem inesquecível como da primeira versão.
Engana-se quem acha que a novaCiranda de Pedra é mais uma ode aos anos 80. Aliás, o autor Alcides Nogueira insiste que esta versão nada tem a ver com aquela exibida em 1981 - que, só para avivar a memória dos saudosos, trazia no triângulo amoroso Eva Wilma (Laura), Adriano Reys (Natércio) e Armando Bogus (Daniel). "Não assisti à versão de Teixeira Filho, em 81, pois morava no exterior. Pelo que li, ele priorizou o aspecto social, mas eu vou para o psicológico", teoriza Nogueira.
No livro de Lygia Fagundes Telles e na antiga novela, a história se passa em 1947, mas a nova versão dará um salto de uma década. "Todo mundo fala dos 'Anos Dourados', só que eles foram um só: 1958. Por isso a trama toda se passa nesse ano."
Assim, os telespectadores acompanharão, por meio da novela, fatos como a construção de Brasília, a primeira vitória em Copa do Mundo, a Bossa Nova, o Cinema Novo e os teatros de Arena e Oficina.
Outra mudança foi a criação do núcleo classe média da Vila Mariana, como um contraponto do chique Jardim Europa. É lá que a comédia vai rolar, com o peruqueiro Seu Memé (José Rubens Chachá) e sua filha "coquete", Elzinha (Leandra Leal). "Há bastante humor, para contrabalançar as situações de tensão, rir é fundamental", diz o autor.
O neurologista Daniel, de Marcello Antony, também estará diferente, mais politicamente correto. No roteiro da novela, seu papel está descrito como "médico humanista", pois ele atenderá comunidades carentes.
A Laura de Eva Wilma, em 1981, morria em decorrência de um tumor. "Agora, Laura morre de causa emocional, de tristeza. Sabe flor que fenece?"
Diante de tantas modificações, restam enfim algumas semelhanças. Criado por Teixeira Filho, o jovem engenheiro Eduardo (Bruno Gagliasso), que em 81 era vivido por Marcelo Picchi, volta à trama. E a atriz Mônica Torres voltará a Ciranda, agora como Julieta, a melhor amiga de Laura (em 81, ela interpretou a tenista Letícia).
"Fora isso, os personagens do livro de Lygia estão todos lá, mas reagindo de uma maneira mais contundente, com as pequenas tragédias humanas, tão bem enfocadas por Lygia, costuradas pelas as relações familiares."
No livro de Lygia Fagundes Telles e na antiga novela, a história se passa em 1947, mas a nova versão dará um salto de uma década. "Todo mundo fala dos 'Anos Dourados', só que eles foram um só: 1958. Por isso a trama toda se passa nesse ano."
Assim, os telespectadores acompanharão, por meio da novela, fatos como a construção de Brasília, a primeira vitória em Copa do Mundo, a Bossa Nova, o Cinema Novo e os teatros de Arena e Oficina.
Outra mudança foi a criação do núcleo classe média da Vila Mariana, como um contraponto do chique Jardim Europa. É lá que a comédia vai rolar, com o peruqueiro Seu Memé (José Rubens Chachá) e sua filha "coquete", Elzinha (Leandra Leal). "Há bastante humor, para contrabalançar as situações de tensão, rir é fundamental", diz o autor.
O neurologista Daniel, de Marcello Antony, também estará diferente, mais politicamente correto. No roteiro da novela, seu papel está descrito como "médico humanista", pois ele atenderá comunidades carentes.
A Laura de Eva Wilma, em 1981, morria em decorrência de um tumor. "Agora, Laura morre de causa emocional, de tristeza. Sabe flor que fenece?"
Diante de tantas modificações, restam enfim algumas semelhanças. Criado por Teixeira Filho, o jovem engenheiro Eduardo (Bruno Gagliasso), que em 81 era vivido por Marcelo Picchi, volta à trama. E a atriz Mônica Torres voltará a Ciranda, agora como Julieta, a melhor amiga de Laura (em 81, ela interpretou a tenista Letícia).
"Fora isso, os personagens do livro de Lygia estão todos lá, mas reagindo de uma maneira mais contundente, com as pequenas tragédias humanas, tão bem enfocadas por Lygia, costuradas pelas as relações familiares."
A Gata Comeu
(No centro da foto, Dirce Migliaccio e, do lado direito, Luiz Carlos Arutim)
“A Barba Azul” (TV Tupi, 1974) ou “A gata comeu” (TV Globo, 1985, às 18h), qual destas duas novelas você acha que fez mais sucesso?
Ambas, é lógico, pois foram escritas pela grande mestra Ivani Ribeiro.
Ela escreveu para a TV Globo um remake de sua novela “A barba azul”, que fora exibida pela TV Tupi, mas desta vez tendo Christiane Torloni e Nuno Leal Maia como protagonistas: Jô e Fábio. Os personagens que foram de Eva Wilma e Carlos Zara na primeira versão na Tupi. A trama era simples, mas muito bem amarrada e divertida.
Jô Penteado (Christiane Torloni), apesar de já ter ficado noiva várias vezes, sempre acabava o noivado com seus pretendentes, o que lhe rende a alcunha curiosa de “Lucrecia Borgia”, que acabou ficando famosa por fazer dos pretendentes gato e sapato. Era uma mulher geniosa, mimada e sonâmbula. Rafael (Eduardo Tornaghi) foi seu oitavo noivo e todos esperavam que, enfim, acontecesse o casamento.
Só que Jô, mais uma vez, percebendo que não ama o noivo, terminou mais um noivado. Jô sofre por nunca ter se apaixonado verdadeiramente e não conhecer o amor.
Até que ela se apaixonou loucamente pelo professor Fábio (Nuno Leal Maia), viúvo e pai de dois filhos. Os dois se conheceram ao irem juntos para uma excursão. A lancha que os transportava quebra e eles acabaram ficando numa ilha deserta por dois meses, sendo dados como mortos. O romance de Jô e Fábio foi atrapalhado por Gláucia (Bia Seidl), a invejosa irmã de Jô, e por Paula, até então noiva de Fábio (Fátima Freire), mas que era apaixonada pelo professor.
Alguns destaques precisam ser mostrados, pois são muito curiosos:
Um grande sucesso do horário das 18h. O grande trunfo da novela foi ter mostrado nos primeiros doze capítulos boa parte do elenco perdido em uma ilha deserta, nos arredores de Angra dos Reis. O sucesso foi tanto, que nos doze últimos capítulos a mesma turma se reunia novamente em Angra. Na ocasião, Jô Penteado, recuperaria a memória voltando à ilha. A química entre Jô Penteado, personagem de Torloni e Fábio, personagem de Nuno era perfeita.
A novela era apontada como a maior audiência do horário das seis desde sua criação (em 1975) até 1993, quando outra novela da mesma autora “Mulheres de Areia” alcançou estrondosos 55 pontos.
"A Gata Comeu" foi à primeira novela a ser apresentada no “Vale a Pena Ver de Novo“, por duas vezes. A primeira, às 13h30 (1989), com 110 capítulos, e a segunda, às 14h20 (2001), em 100 capítulos. Ambas com grande sucesso.
Christine protagonizaria outra regravação da obra de Ivani: “A Viagem”, em 1994. Sua personagem, Dinah, na versão original foi interpretada também por Eva Wilma, assim como em “A Barba Azul”.
Destaque para a dupla formada por Cláudio Correa e Castro e Marilu Bueno, em ótima parceria como o casal Gugu e Tetê, bem como a excelente Dirce Migliaccio e o inesquecível Luiz Carlos Arutin, como Conceição e Oscar.
Enquanto a atriz Fátima Freire viveu um de seus melhores papéis na TV como a mimada e temperamental Paula. A atriz revela que até hoje é abordada nas ruas em função da personagem.
Foi à primeira novela da atriz Deborah Evelyn. Antes, ela havia participado de minisséries.
A personagem Dona Biloca, mãe de Tetê, seria interpretada pela inesquecível atriz e comediante Ema D Ávila, que chegou inclusive a gravar alguns capítulos, mas faleceu às vesperas da estreia. Assim, a produção escalou para o papel a atriz Norma Geraldy, que acabava de sair da novela “Vereda Tropical”.
O cantor Ronnie Von apareceu na novela em participação especial no capítulo em que Jô reúne numa festa seus seis ex-noivos. Ele era um deles.
Novela de Ivani Ribeiro, adaptada por Marilu Saldanha.
Na direção dos 161 capítulos esteve Herval Rossano e José Carlos Pieri.
No elenco também estavam os atores Mauro Mendonça, José Mayer, Diana Morel, Monah Delacy, Laerte Morrone, Anilza Leoni, Nina de Pádua, Roberto Pirilo, Mayara Magri, Rogério Fróes, Jayme Periard, Aracy Cardoso, Germano Filho, Juan Daniel, Reynaldo Gonzaga e grande elenco.
20 Anos sem Dina Sfat
(Regina Duarte e Dina, numa cena de "Selva de Pedra")
Guerreira, Dina Sfat, foi uma atriz batalhadora, polêmica, dinâmica, carismática e enigmática. Este mês, esta completando 20 anos que ela nos deixou.
(Ney Latorraca e Dina). Como uma verdadeira fera dos palcos não teve medo de enfrentar polêmicas contra os gays, quando declarou que os teatros estavam sendo tomados por eles e não restava mais espaço para ninguém. Na época, realmente, ouve um "boom" de peças com temáticas gays, como “A Noite dos Leopardos”, “Blue Jeans”, entre tantas outras. Mas ela logo tratou de se explicar e os mais inteligentes, entenderam o que, na sua impulsividade, havia dito. Dina era batalhadora, uma verdadeira Dama do Teatro, seu espaço era sagrado.
Dina Kutner de Souza, mais conhecida como Dina Sfat, nasceu em São Paulo, em 28 de outubro de 1938 e faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1989, portanto, foi uma atriz brasileira.
Filha de judeus poloneses, Dina sempre quis ser artista. Estreou nos palcos em 1962 em um pequeno papel no espetáculo "Antígone América", dirigida por Antonio Abujamra. Daí pulou para o teatro amador e foi parar no Teatro de Arena, onde estreou profissionalmente vivendo a personagem Manuela de "Os Fuzis da Senhora Carrar", de Bertolt Brecht.
(Foto: Dina e Cuoco) A atriz se transformou em uma grata revelação dos palcos e mudou seu nome artístico para Dina Sfat, homenageando a cidade natal de sua mãe.
Participou de espetáculos importantes na década de 60 em São Paulo e conquistou o Prêmio Governador do Estado de melhor atriz por seu desempenho em "Arena Conta Zumbi" em 1965, um musical de Guarnieri e Augusto Boal. Foi para o Rio de Janeiro e estreou nos palcos de um teatro na peça "O Rei da Cidade".
Em 1966, estreia no cinema em "Corpo Ardente, de Walter Hugo Khouri e, no cinema, se consagra, em 1969, vivendo a guerrilheira Cy de "Macunaíma", filme premiado de Joaquim Pedro de Andrade, ao lado do marido, o ator Paulo José que ela conheceu nos tempos do Teatro de Arena.
Entrou para a televisão no final da década de 60,
(Foto: Jardel Filho e Dina, em "Verão Vermelho") estreando na novela "Verão Vermelho", de Dias Gomes. Detalhe: estava grávida de sua primeira filha.
Destacou-se em papéis de enorme carga dramática principalmente nas telenovelas de Janete Clair, como "Selva de Pedra", "Fogo Sobre Terra", “O Homem que Deve Morrer”, "O Astro" e, a última da autora, "Eu
(Foto: Francisco Cuoco e Dina, em "Eu Prometo)
Prometo", mas também brilhou em outras como "Assim na Terra Como no Céu", "Gabriela" e "Os Ossos do Barão", “Os Gigantes”, “Saramandaia”, “Gabriela”, “Os Acorrentados”, “A Intrusa”, “Os Fantoches”, “Ciúme” e “O Amor Tem Cara de Mulher...”. Também atuou nas minisséries “Rabo de Saia” e “Avenida Paulista”.
Posou nua para revista Playboy em janeiro de 1982, num ensaio secundário.
Foi casada por 17 anos com Paulo José, com quem teve três filhas: Isabel ou Bel Kutner, que também é atriz, Ana, que também se aventurou na carreira e Clara.
Descobriu o câncer, inicialmente no seio, em 1986, mas não deixou de trabalhar, mesmo em tratamento. Já com a doença, viajou para a União Soviética e participou de um documentário sobre o país e os primeiros passos da Perestroika; escreveu um livro, publicado em 1988, um pouco antes da sua morte, sobre sua vida e a luta contra o câncer, chamado "Dina Sfat - Palmas prá que te Quero", junto com a jornalista Mara Caballero, falecida jornalista de O Globo, e fez a novela "Bebê a Bordo", seu último trabalho na TV.
Seu último filme foi "O Judeu" que só estreou em circuito depois da morte da atriz.
"Ninho da Serpente"
A novela “Ninho da Serpente”, de Jorge Andrade, exibida pela TV Bandeirante, em 1982, às 20h. Na direção estiveram Henrique Martins e Antonio Abujamra.Todas as cenas se passavam basicamente dentro da mansão da família Taques Penteado. Que era uma ilustre família paulista. O milionário patriarca Cândido, que vivia isolado do resto da família, no terceiro andar da casa, morre e deixa vultosa fortuna. O jogo de interesses entre os herdeiros desencadeia a novela, no ambiente totalmente dominado pela figura de Guilhermina Taques Penteado (Cleyde Yáconis – magnífica interpretação da atriz), irmã de Cândido.
Cada um dos personagens demonstra maior ou menor interesse em apresentar escrúpulos na obtenção de uma parte da fortuna. Uns não mediam esforços, ao passo que outros faziam uso de técnicas mais delicadas, sutis, como aproximar-se de Guilhermina, por exemplo. Sem explicação aparente, o testamento revela Mateus (Kito Junqueira), um simples enfermeiro, que cuidou do milionário até sua morte, como um dos principais beneficiados com a fortuna. Ainda, há o romance entre Mateus e Lídia (Eliane Giardini), neta de Guilhermina, portanto herdeira, mostrando o preconceito social. Aliás, esta foi uma das marcas deste grande escritor.
Jorge Andrade gostava de abordando o tema da decadência da aristocracia paulista, um retrato cruel da alta sociedade em luta pelo poder e pela riqueza. Os personagens também seguiam essa linha, dando oportunidade para os atores de suas obras criarem tipos marcantes.
A própria Guilhermina Taques Penteado era o protótipo da grã-fina falida, mas que não perdia a posse. Suas filhas eram Noêmia (Beatriz Segall), Lídia (Elaine Cristina), Norma (Imara Reis) e de Jerusa (Márcia de Windsor), sem falar de Maria Clara Taques Penteado (Carmem Silva). Juca de Oliveira era o Dr. Almeida Prado que se envolvia com Noêmia.
A atriz Márcia de Windsor foi vítima de um enfarto agudo no quarto que ocupava no Hotel San Raphael, em São Paulo. Ela estava na capital paulista para gravar os últimos capítulos da novela.
Algumas curiosidades sobre esta novela:
- O título “Ninho da Serpente” vem da casa onde se situava a maior parte da história, e dos conflitos em torno da herança de Cândido.
- Depois de três novelas - duas na TV Globo e uma na TV Tupi -, o autor continuava com sua temática de decadência da aristocracia paulista. Essa foi sua última telenovela, tendo falecido em 1984.
- Ninho da Serpente foi um grande sucesso da Bandeirante, tendo conquistado índices de audiência muito bons.
- A história começou a ser exibida às 21h15, mas cerca de um mês depois da estréia mudou para as 20h.
- Já o personagem Cândido não apareceu para o público até o final da trama.
- Um momento muito triste: a atriz Márcia de Windsor morreu durante a última semana de exibição da novela, em agosto de 1982. Ela já havia gravado toda sua participação na história.
- Outro ponto curioso a ser notado no elenco é a presença da atriz Denise Stoklos, que muito raramente atua em televisão, preferindo dedicar-se ao teatro. Ela vivia Oriana, uma performática governanta, que se trancava em seus aposentos e pintava um quadro, tipo O Retrato de Dorian Gray, retratando a casa de seus patrões.
- Paulo César Grande era Karl, o neto de Guilhermina que se apaixonava pela empregadinha Marinalda (Mayara Magri), revoltando a avó, preconceituosa e elitista. Os dois se casam, e na noite de núpcias, Marinalda é cruelmente assassinada a mando da megera avó de Karl, pelo jardineiro Joaquim (Antônio Petrin) que na realidade era amante da poderosa Guilhermina.
- Consuelo, a personagem de Selma Egrei, era filha de Guilhermina com o humilde jardineiro. Esta era uma maneira de o autor Jorge Andrade relatar a podridão da dita "alta sociedade".
- A trama de ”Ninho da Serpente” foi reapresentada pela própria TV Bandeirante pela manhã, às 11h15, de 25 de março a 6 de setembro de 1991.
No elenco ainda estavam: Othon Bastos, Laura Cardoso, Lúcia Mello, Sônia Oiticica, Emílio di Biasi, Jairo Arco e Flexa, Geny Prado, Júlia Lemmertz, Flávio Guarnieri, Giuseppe Oristânio, Hugo Della Santa, Nydia Lícia, entre outros.
Se você estiver interesssado em assuntos mais atuais veja o meu blog:(http://sennacarioca.blogspot.com/)
Veja você mesmo como os textos eram profundos na obra de Jorge Andrade e com a interpretação de Cleyde Yáconis:
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