segunda-feira, 8 de março de 2010

Novela Água Viva

Água Viva


"Menino do Rio/ Calor que provoca arrepio/ Dragão tatuado no braço/ Calção corpo aberto no espaço/ Coração, de eterno flerte/ Adoro ver-te.../ Menino vadio/ Tensão flutuante do Rio/ Eu canto prá Deus/ Proteger-te.../ O Havaí, seja aqui/ Tudo o que sonhares/ Todos os lugares/ As ondas dos mares/ Pois quando eu te vejo/ Eu desejo o teu desejo.../Menino do Rio/ Calor que provoca arrepio/ Toma esta canção/ Como um beijo..."

Quando a gente escuta a música “Menino do Rio”, de Caetano Veloso, cantada por Baby Consuelo, lembra logo da novela "Água Viva", de Gilberto Braga, exibida pela Rede Globo em 1980. Era uma novela charmosa recheada de bons personagens, que mostrava a vida da classe rica à beira-mar, que segurou o telespectador do primeiro ao último capítulo. Aliás, a novela incentivou a prática do esporte, assim como valorizava a cidade do Rio de Janeiro em vários aspectos.


A partir do capítulo 57 Gilberto Braga contou, a seu pedido, com a colaboração de Manoel Carlos que assumiu a co-autoria da trama.

A história girava em torno de Maria Helena (Isabela Garcia), uma pequena órfã que ligava todos os personagens. Atingindo a idade de ser transferida para outro orfanato, a menina se sentia insegura e



amedrontada. Era um mundo novo, completamente desconhecido, que a espera. Sua única amiga era Suely (Ângela Leal), uma assistente social, que descobriu o seu pai, Nelson (Reginaldo Faria), irmão do famoso cirurgião plástico Miguel Fragonard (Raul Cortez), que perdera a mulher Lucy (Tetê Medina), no início da trama, e era o pai de Sandra (Glória Pires), ele não aceitava o estilo de vida do irmão, um campeão de pesca bem relacionado que nunca trabalhou e que vivia de renda.

Enquanto isso, a jovem Janete não se conformava em ver os pais, Evaldo (Mauro Mendonça) e Wilma (Aracy Cardoso), sustentados pela tia solteirona Irene (Eloísa Mafalda).

Janete acabou se apaixonando por Marcos (Fábio Jr.), mas teria que enfrentar a ferrenha oposição da megera aristocrática Lourdes Mesquita (Beatriz Segall), a mamãe de Marcos, que desejava ver o filhinho casado com Sandra. A vilã, ainda por cima, detestava o genro Edir (Cláudio Cavalcanti), marido de sua filha Márcia (Natália do Valle), ocasionando diversos problemas conjugais.

Lourdes era bem diferente de Stella Simpson (Tônia Carrero), que era uma milionária divertida e excêntrica, bem relacionada e que escondia sua difícil situação financeira com muita alegria e era grande amiga de Miguel e de Jojô Besançon (Henriette Morrineau, em curta participação). Stella Simpson foi, para Tônia, o seu melhor papel em TV.

Curiosamente essa não era a personagem que inicialmente lhe estava destinado. Ela iria fazer Lourdes. Graças à troca, Beatriz Segall, fez sua primeira grande vilã na TV.

Havia ainda duas histórias de amor que chamaram a atenção: o romance entre Irene (Eloísa Mafalda) e Marciano (Francisco Dantas), duas pessoas solitárias que viviam um amor maduro.

Enquanto isso se desenrolava o drama de Lígia (Betty Faria), mulher rica e interesseira, casada com o banqueiro Heitor (Carlos Eduardo Dolabella), homem apaixonado por pesca em alto-mar e amigo de Nelson. Lígia passava por um período de crise com o marido e se apaixonou por Nelson, o oposto do tipo de homem que sempre procurou.

Era amor à primeira vista. Ela não sabia quem ele era na verdade, mas encantava-se com sua aparência de homem rico. Este, por sua vez, ocultava a sua real condição financeira.

Já Miguel, sem saber da ligação do seu irmão com Lígia, também se apaixonou por esta. E aí começa uma enorme disputa entre os dois. Nesse momento, a órfã volta a entrar em cena, já que Lígia descobre que a garota é filha de Nelson e resolve adotá-la sem ele saiba.

Porém, Miguel acabou assassinado, criando-se um mistério que ajudou a manter a audiência. Uma pergunta que parou o país naquele ano: quem matou Miguel Fragonard? A revelação seria dada no último capítulo. Foi Kleber, vivido por José Lewgoy.



Curiosidades:


- Gilberto Braga homenageou a grande novelista e mestra Janete Clair ao batizar a personagem de Lucélia Santos com o seu nome.


- Marcante a cena em que Lígia se fecha com Selma (Tâmara Taxman) num banheiro e lhe dá uma surra de tirar o fôlego.

- No capítulo 39, foi ao ar (implicitamente) o primeiro baseado da TV brasileira! O personagem Alfredo, vivido por Fernando Eiras, enrolou tranquilamente seu cigarro de maconha. No script o autor indicava apenas "Alfredo arrumando alguma coisa!".

- Enquanto as atrizes, Tônia Carrero, Glória Pires, Maria Zilda e Maria Padilha passaram por uma situação curiosa na história. Elas foram escaladas para uma externa, que teria como cenário o Posto 9, em Ipanema, as atrizes gravariam uma cena onde seus personagens simulavam um topless, utilizando apenas um par de adesivos para cobrirem os seios. Mas a reação dos curiosos de plantão ao ato foi repreender as atrizes: "Quando os curiosos perceberam que faríamos topless, nos expulsaram da praia jogando latas e areia", lembrou Maria Padilha. Resultado, a cena teve que ser gravada em São Conrado.

No elenco, entre outros, os atores Jacqueline Laurence, Kadu Moliterno, Arlete Salles, Jorge Fernando, Maria Padilha, Maria Zilda Bethlem, Clementino Kelé, Maria Helena Dias, Nildo Parente e Terezinha Sodré.

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