Entrevista: Eva Wilma!
Aos 75 anos de idade e 54 de carreira, Eva Wilma diz que brinca trabalhando. E como a fria e gananciosa Cândida, de Desejo Proibido, a atriz tem voltado à infância. "Em algumas cenas a gente volta a ter 7 anos de idade. O melhor para o actor é isso, poder se divertir com o texto", confirma a veterana. A vilã da trama das seis da Globo é mais uma que a atriz deve guardar com carinho. Vai juntar a inesquecíveis figuras como as gémeas Ruth e Raquel, na primeira versão de Mulheres de Areia, da Tupi, Maria Altiva, de A Indomada, e Hilda Pontes, de Pedra Sobre Pedra. O folhetim à moda antiga de Walther Negrão é o tipo de trabalho que Eva gosta de fazer. É o estilo de trama que lhe dá prazer. A atriz pode até achar que o ofício de interpretar é uma gostosa brincadeira, mas defende que teledramaturgia é algo sério. "As novelas se tornaram quase um
programa de humor. E aí perde o sentido. Não dá para deixar de lado o romantismo e a boa história", defende a atriz.
.Você reclamou que as novelas estavam apelativas demais e deixaram de ser interessantes. O fato de Desejo Proibido ser uma trama à moda antiga foi o que a atraiu?
Foi um dos motivos. O que me atrai para um trabalho é a proposta do autor. A evolução das novelas as levou para um caminho que as transforma quase em um programa de humor. E acho que aí fica sem sentido, sem romantismo. A essência do folhetim não pode ser deixada de lado. Seja no horário das seis, das sete ou das nove, é preciso saber contar uma história e despertar a curiosidade do telespectador, para que ele queira saber o que vai acontecer no próximo capítulo. Procuro sentir se a personagem tem uma história verdadeira e se posso interpretá-la com prazer, acima de tudo. Isso depende muito do autor, dos diretores e dos parceiros de cena.
Qual é o prazer que você encontra na personagem Cândida?
A história dela, contada na sinopse, me atraiu de cara. As relações de Cândida com o personagem Viriato no passado é que ocasionaram o que ela é no momento atual da novela. Há uma trajetória, uma história que contextualiza a personagem.
Algumas vilãs de sua carreira
marcaram muito, como a Raquel da primeira versão de Mulheres de Areiae mais recentemente a Maria Altiva, de A Indomada. Você acha que é mais lembrada pelas malvadas que fez do que pelas heroínas?
As vilãs de novela são as desencadeadoras das acções e a consciência crítica do autor. Elas ironizam tudo. Então, de certa maneira, essas personagens também podem ser a consciência crítica do público. Mas não tenho preferência por vilãs ou heroínas, tenho preferência por bons papéis. Em Desejo Proibido, eu e o Lima Duarte fazemos cenas em que voltamos aos 7 anos de idade. Um faz birra para o outro. Saímos um pouco do texto e brincamos. Isso dá prazer, é a essência do ator.
Você volta a trabalhar com o Lima depois de 15 anos, a última vez foi emPedra Sobre Pedra, em 1992...Foi, e surpreendentemente também a primeira. Por mais estranho que possa parecer, nunca tínhamos trabalhado juntos antes. Mas as pessoas nos vêem como grandes parceiros porque fizemos basicamente a mesma escola. Éramos da Tupi. Ele estava na inauguração e eu não, porque ainda fazia minhas experiências como bailarina clássica. Entrei na emissora em 1953 e sempre cruzei com ele nos corredores. Apreciava o trabalho do Lima desde o início. Mas sóem Pedra Sobre Pedra nos encontramos. A gente discutia muito nos bast
idores porque minha personagem, a Hilda Pontes, era a esposa e ele defendia muito mais a outra, a Pilar Batista, de Renata Sorrah . Então ele defendia que minha personagem tinha de ser mais submissa e eu dizia que não. No final da novela o autor me deu páginas e páginas para mostrar que eu não era submissa (risos).
Com 54 anos de carreira, há muitos personagens e trabalhos que fazem você recordar histórias como essa?
Muitos. A Maria Altiva de A Indomada, Mulheres de Areia e até mesmo Ciranda de Pedra, que vai ser refeita agora, me trazem boas lembranças. Não sou saudosista, mas sinto prazer em recordar. E o que me faz ter carinho por esses trabalhos é a oportunidade que tive de brincar. O significado da palavra representar na língua portuguesa é pobre. Tinha de ser como no inglês, no francês ou no alemão, que significa brincar. Às vezes sinto falta de cenas legais, mas procuro me divertir em todas. Sou uma atriz que consegue tornar o trabalho na televisão prazeroso .
A televisão ainda consegue surpreender você?Prefiro surpreendê-la. Autor, diretor e ator têm o mesmo objetivo: entreter o público emocionando e divertindo. O humor é essencial em tudo na vida. Fiz vários trabalhos profundos ao longo da carreira e mesmo nos momentos mais dramáticos eu conseguia fazer rir. Isso é meio chapliniano . Posso parecer pretensiosa, mas Chaplin era assim. Mostrou momentos dramáticos sem perder o humor. O que vem para as minhas mãos, eu uso. Chance a gente agarra e faz acontecer.
Em uma edição do programa Estrelas, da Globo, você agradeceu a apresentadora Angélica por tê-la entrevistado no "banco de reservas". O que você quis dizer com isso?
Eu fiquei um bom período no banco de reservas da televisão. Me senti como um jogador de futebol. Mas acho normal que uma empresa como a Globo, com um elenco de primeiríssimo time , se dê a esse luxo. É até bom porque a gente pode se reciclar e o público não cansa de ver a nossa cara. Durante esse tempo não deixei de fazer teatro. Não desprezo o meu trabalho no cinema e muito menos na televisão, que é o entretenimento único da maioria da população. Mas a arte do ator evolui no espaço cênico livre, direto com o público. E isso acontece no teatro. Eu preciso sempre voltar a esse espaço para continuar evoluindo. É como estudar constantemente, fazer mestrado, doutorado.
Você tem algum ressentimento em relação à carreira?
É uma sabedoria de vida usar os obstáculos e dificuldades para vencer. Se você me perguntar se gosto de fazer novela, peça e filme ao mesmo tempo, eu vou responder que preferiria fazer um por vez. Mas as dificuldades de uma carreira são tantas que quando uma chance aparece você não pode jogar fora. Ou optar e dizer com convicção: não vou fazer. É preciso saber escolher.
Incansável sonhadora
Com 54 anos de carreira, Eva Wilma diz estar longe de ter realizado todos os seus desejos na profissão. Desde que estreou em 1953, na Tupi, a atriz sempre esteve envolvida em produções de sucesso. O primeiro trabalho na emissora, inclusive, ficou no ar por 10 anos. Em Alô Doçura, ela contracenou com o ator John Herbert , com quem se casou em 1955, manteve a união por 20 anos e teve dois filhos. Protagonizou as primeiras versões de Mulheres de Areia, A Viagem e, já na Globo, também esteve em projetos especiais como o seriado Mulher, exibido por dois anos e em que contracenou com o marido Carlos Zara . "Foi um trabalho que deixou saudades. Minisséries e seriados permitem que a gente faça um trabalho de melhor qualidade", defende Eva. A veterana questiona ainda a pouca quantidade de especiais que a Globo leva ao ar atualmente. "De 50 ao início dos anos 80, esses programas representavam a ousadia artística da televisão", justifica ela. Eva recorda especiais que lhe renderam prémios , como Negro Léo , em 1986, e questiona: "Sei que custam caro, mas não vale a pena pelo prestígio e a satisfação que trazem?" No teatro, Eva também afirma que ainda tem muitos projetos a fazer. Vontade não falta. Só não há incentivo. "Queria montar uma peça com 20 atores e ficar ensaiando três meses. Mas no Brasil é inviável economicamente", lamenta a atriz.
Herança alemã
Eva Wilma atribui aos seus pais o gosto pelas artes. Filha de um alemão e uma descendente de judeus russos, a atriz desde cedo teve contacto com a música e a dança. "Minha mãe sempre me estimulou a me dedicar aos estudos e ao balé da mesma forma", destaca Eva. É do bale que ela diz ter herdado a disciplina que a atuação exige. Mas outra lembrança que ela guarda é a influência musical que sempre teve em casa. "Meu pai gostava de cantar e a gente tocava piano juntos", recorda.
Era para a entrevista ter durado apenas 10 minutos, mas acabou se estendendo durante meia hora. Eva Wilma esteve recentemente em Porto Alegre com a turnê da peça O Manifesto, em que contracena com Othon Bastos. Aproveitando a ocasião, conversamos com ela sobre os trabalhos mais recentes (inclusive a respeito de sua personagem na próxima novela das seis da Globo) e sobre detalhes de sua vida pessoal. A matéria é capa da edição de outubro do Jornal Clube do Aposentado Panvel, disponível em toda a rede de farmácias da empresa.
Entrevista por: Andréia Odriozola/ Editoração: Rafael Pagini/ fotos: TV Globo/ Divulgação
A DAMA DA TELEDRAMATURGIA
Ela estudou piano, canto, violão e balé. Mas foi nas artes cênicas que se consagrou profissionalmente. Em passagens pela TV Tupi e Rede Globo, viveu personagens que marcaram época e, até hoje, são lembradas como sucesso de crítica e público. Bem-humorada e com grande disposição, Eva Wilma, aos 73 anos, percorre o Brasil com a peça O Manifesto, ao mesmo tempo em que se prepara para viver mais uma vilã na telinha.
Como você se tornou artista?
Meu pai veio da Alemanha, era católico. E minha mãe, filha de judeus russos, também imigrantes. Durante a Segunda Guerra, alguns alemães foram presos. Meu pai não foi, mas perdeu a colocação na empresa de metalurgia onde trabalhava. Tentou a vida de novo e não deu certo. Escondida, eu ouvia a discussão dos meus pais sobre como sustentar o nível de vida, pagar aulas e escola particulares para mim. Vi que tinha de ajudar, ir à luta. Comecei dando aulas de violão, aos 15 anos, depois me tornei bailarina. Eu decidi ser atriz quando um rapagão muito bonito, o John Herbert, que já fazia cinema, me levou para os estúdios da Vera Cruz, para os ensaios do primeiro Teatro de Arena da América Latina. Depois disso eu pedi demissão do Balé do Quarto Centenário de São Paulo. Fiz um teste para substituir uma atriz e descobri minha vocação.
Você teve uma educação artística bem ampla, com aulas de balé, teatro, música e canto. os seus pais eram muito rígidos com a sua educação? Não. Minha mãe tinha se formado em piano e meu pai era tenor na igreja católica. Ele cantava muito bem. Os melhores momentos da minha infância foram ao piano. Nós três cantávamos músicas brasileiras, argentinas e alemãs. Com isso, posso fingir que falo alemão (risos).
O que mais marcou sua infância?
Domingo, meu pai me levava para almoçar fora. Ele sempre pedia vinho alemão, e eu aprendi como se toma vinho. Ele me levava pela mão, aos domingos, à missa. Me explicava muitas coisas.
Que tradição conserva até hoje? A comemoração de Natal é totalmente voltada à tradição alemã. Desde pequenininhos, meus netos cantam em alemão, mesmo não sabendo do que se trata. Acendo velas nos candelabros do meu pai e cantamos três ou quatro músicas. Minha filha tentou um ano transferir a festa para a casa dela e eles se recusaram e disseram que Natal é na casa da “oinha” (voinha). Foi um grande privilégio que tive.
Quais suas lembranças do seriado Alô Doçura?
São muito boas. Alô Doçura era uma “sitcom” baseada num programa de rádio, escrito por Otávio Gabus Mendes. Era um encontro entre um homem e uma mulher e muito inteligente. O filho do Otávio, o genial Cassiano Gabus Mendes, que foi o primeiro diretor artístico da América Latina, tinha esses textos e resolveu adaptá-los para a televisão, e me chamou para ser atriz. Cassiano era gênio porque não se contentava em dirigir, ele participava de todas as etapas.
Você chegou a fazer teste para um filme de Alfred Hitchcock. Como foi essa experiência ?
Eu fiz uma peça policial, Blackout, em que o consulado americano tinha colaborado com os uniformes. Como tivemos um sucesso muito grande, eles articularam um convite para que o John Hebert ficasse 45 dias nos Estados Unidos e eu fui junto. Nessa viagem, quando cheguei em Los Angeles e estava visitando os estúdios, um agente disse que Hitchcock precisava uma atriz latino-americana para ser uma cubana no filme Topázio e perguntou se eu não queria fazer as fotos para o teste. Eu fiz, depois ele me pediu os vídeos de testes e depois fui para lá. Fiz o teste com o próprio Hitchcock, que foi incrível. Ele tinha muito humor e sadismo. Mas, no fim, não fui aprovada. E tenho um consolo: Topázio não foi um bom filme, mesmo assim adoraria tê-lo feito.
Como está sendo a parceria com o ator Othon Bastos na peça O Manifesto?
É a terceira vez que atuamos juntos, estou me especializando em fazer parceria com ele (risos)! Trabalhamos nas novela Mulheres de Areia, em 1973, na TV Tupi, e Roda de Fogo, já na Globo, em 1978, e agora nessa peça. Como nos conhecemos bem, há uma grande sintonia.
O que mais lhe chama a atenção na peça?
A essência do texto. Ele é brilhante. O autor o atualizou a pedido do produtor, Marcelo Sebá.
Pretende voltar a fazer novelas?
Fui convocada para a próxima novela das 18h, escrita por Walther Negrão. Interpreto uma vilã, Cândida, e a história se passa na década de 1930, na cidade fictícia de Passaperto. Mas, por enquanto, não posso revelar mais detalhes (risos).
É verdade que a senhora estuda os textos ouvindo música clássica baixinho?
É verdade, sim! Ajuda na concentração. Mas não somente música clássica, música suave também. O que me atormenta é esse bate-estaca: isso não é música, é ruído!
Qual a tendência atual da teledramaturgia?
Hoje, as novelas estão muito apelativas. Há excesso de cenas eróticas em horários da sete e mesmo das oito da noite. Para que apelar para cenas de strip-tease e cama? É porque vende fácil. É uma tristeza. O beijo tornou-se anti-higiênico. Está certo que, no começo, era ridículo. A gente travava a boca, encostava um lábio no outro e já se afastava. Depois foram aceitando o afeto, a carícia, que são românticos e antecedem o sexo. Hoje, não sei se é por causa da pressa, os dois (atores) abrem logo um bocão, põem a língua para fora, acabam melecados. E pronto, houve um beijo.
Até onde vai sua vaidade?
Minha profissão me leva a ser vaidosa. Mas, no dia-a-dia, ando muito à vontade. Saio para ir ao mercadinho, para comprar frutas. Só não uso jeans, porque sou uma senhora, caramba! Às vezes, ouço uma pessoa dizendo a outra: “É ela, sim”. E a outra: “Imagina, é nada. (Vestida) Desse jeito?”. Se não tivesse essa profissão, você me encontraria gordinha – porque adoro uma comidinha –, lendo e fazendo bastantes trabalhos manuais numa cadeira de balanço.
Você cuida da sua saúde?
Passando dos 50 e se sentindo apta para conviver com as pequenas limitações, tudo fica bom. Levei um tombo, aos 18 anos, fiquei um ano me tratando para não ter inflamação da membrana que envolve os ossos da perna esquerda. Minha perna é meio montanhosa, acidentada, mas fiquei com seqüelas em toda a perna. Meu pé, por exemplo, começou a se deformar, a questão da joanete. Operei para recuperar os movimentos, para que ele pudesse entrar no sapato, colocar um saltinho, andar com facilidade. Também me dói o joelho esquerdo. Tenho de lubrificá-lo (risos) – o óleo falta mesmo! – e o médico me manda tomar antiinflamatório. Faço hidroginástica, shiatsu, massagens. A gente só consegue viver bem tendo humor dessas pequenas desgraças.
Bate-bola:
Atriz: Ingrid Bergman
Autor: Brian Clark
Peça: Romeu e Julieta
Qualidade: Estou tentando encontrá-la
Defeito: Perfeccionismo
Hobby: Tocar violão e piano
Prato preferido: Puchero
Viagem: Gostaria de dar a volta ao mundo
Maturidade: Sabedoria
O Rio de... Eva Wilma
Uma das grandes atrizes brasileiras, a paulista Eva Wilma, 74 anos, mantém relação de uma vida inteira com a terra carioca. Aqui, viveu boa parte de sua carreira, no teatro, na televisão e no cinema. Hoje, segue na ponte aérea, para dar vida à Cândida, sua personagem na novela "Desejo proibido". A história de amor com a cidade marca a presença da grande Eva (a diva está acima, feliz da vida, na foto de Simone Marinho) na seção "O Rio de...", parada dominical obrigatória aqui no site da turma da coluna. A atriz cita um carioca genial, recomenda - entre muitos programas - um dos nossos principais parques e desfia um emocionante rosário de lembranças.
Um carioca: Millôr Fernandes, porque ele tem um bom humor invejável (como você confere, pela lente de Marcos Ramos).
Um amigo no Rio: Nossa, vários. Mas vou citar Antonio Gilberto, diretor de teatro. Porque vamos ao teatro juntos e conversamos bastante sobre os espetáculos e sobre dramaturgia de uma forma geral.
Um programa: Todos que impliquem natureza. Teria que nomear pelo menos 10, é a cidade maravilhosa. Tem passeios infinitos, só o Jardim Botânico (veja o Jardim Bíblico, abaixo, na foto de Fábio Rossi) já dá para fazer um mês de exploração na natureza.
Um lugar para comer: Qualquer botequim na esquina. Costumo comer parcimoniosamente e usufruir de companhia. Não vou sozinha.
Uma paisagem: O horizonte do mar, no Leblon, onde eu tenho meu apartamento, que chamo de minha “casa de praia”.
Uma recordação da cidade: Como sou atriz, tenho uma recordação de teatro, cinema e TV. Quando eu tinha 14 anos, a idealizadora do corpo de baile do Teatro Municipal era minha mestra em São Paulo e me convidou para integrar o São Paulo Ballet de Maria Olenewa. Ela bolou de levar esse grupo de quatorze moças numa viagem de navio que saía de Santos e parava em todas as capitais da costa até Manaus. Além de me apresentar em todos os teatros de cada cidade, verdadeiros monumentos, os meus pais permitiram que eu viesse com minha colega japonesa, também do grupo, para conhecer o Rio. Foi quando eu conheci o Jardim de Alah (que você revê abaixo, na foto de Marco Antonio Cavalcanti).Depois, embarquei no navio chamado Dom Pedro II no dia seguinte. Voltei quando fiz meu quarto filme, o primeiro aqui no Rio, chamado “Chico Viola Não Morreu”, em 1954. Também vinha para cá uma vez por semana quando fazia ao vivo para a TV Tupi o programa “Alô, Doçura”. Foi um momento marcante, pois meu filho fez muita ponte aérea na minha barriga.